sexta-feira, 24 de julho de 2009

REFLEXÃO FINAL

Na Unidade Curricular, Comunicação Educacional, desenvolvemos trabalhos individuais e de grupo, utilizando várias aplicações informáticas com o objectivo de analisarmos os diferentes tipos de comunicação mediatizada em função do modo de simbolização, do grau e tipo de interactividade, das exigências cognitivas colocadas aos sujeitos e do contexto cultural em que se processa a mediatização da comunicação[1].
A primeira actividade desenvolveu-se em torno da obra literária de Walter Ong: “Orality and Literacy - The Technologizing of the Word", e consistia na sua tradução, por capítulos e posterior apresentação, à turma, numa ferramenta à escolha (GoogleDocs ou Wiki).
O grupo turma foi dividido por três equipas, constituídas por três elementos e duas equipas, constituídas por seis elementos, cabendo a cada uma das equipas mais pequenas, a tradução de um capítulo e de dois capítulos às equipas constituídas por mais elementos.
Esta primeira fase do trabalho foi realizada na plataforma Moodle, da Universidade Aberta e nas ferramentas seleccionadas pelos grupos de trabalho.
Posteriormente as apresentações finais dos capítulos traduzidos teriam lugar no Second Life (SL), na Academia da Universidade Aberta.
Como preparação para este evento e ambientação/formação ao SL, contámos com a colaboração da Professora Maria Balsamão Mendes que nos ajudou na transição para o mundo virtual 3D bem como, para a nova plataforma a utilizar - Sloodle.

Durante dois meses mantemos duas aulas semanais no SL, sobre conteúdos da própria aplicação, que nos ajudaram na preparação do congresso sobre W. Ong, que se realizou nos dias 7 e 8 de Junho. Após o congresso tivemos um período de debate/ discussão, sobre o congresso e respectivas apresentações, na plataforma Sloodle (e-Le@rning3).
A última actividade seria um trabalho em pares, sobre o SL, que se dividiria em três fases: (i) realização das entrevistas, em pares, no SL, (ii) tratamento e envio das entrevista e (iii) realização de um trabalho escrito que relate a nossa experiência, analise os processos de comunicação no Second Life e avalie o seu potencial pedagógico para a Educação Online com base na nossa experiência, na literatura publicada e nos dados recolhidos nas entrevistas.
Todo este percurso foi bastante envolvente (por vezes até demais), motivador, interessante, e que necessitou que despendesse de muito tempo e muito trabalho.
A primeira actividade, a de tradução da obra revelou-se uma tarefa árdua, pela complexidade do texto que fiquei responsável e por, na fase inicial estar um pouco “destreinada” na língua inglesa, aspecto que ao longo do semestre se foi diluindo largamente. O trabalho de grupo desenvolveu-se com muita tranquilidade por termos conseguido organizar o grupo e por termos contado com a colaboração de todos os seus elementos, não só no cumprimento das tarefas mas também na apresentação/colaboração de novas ferramentas e suas funcionalidades.
Trabalhei mais directamente, na fase de tradução, com a Maria Vale e tudo correu na perfeição, pois conciliámos muito bem as nossas formas e metodologias de trabalho, bem como, colmatámos alguns obstáculos que se nos foram deparando em termos de gestão de tempo e cumprimento das tarefas.
Na fase em que todo o grupo iniciou a elaboração do trabalho, na Wiki (http://walterong.wikispaces.com/), a metodologia utilizada também mostrou resultados muito positivos – cada par colocava a sua tradução na wiki para que todas pudéssemos corrigir e rever – e revelou-se uma forma muito prática e funcional de se trabalhar em grupo e de se apresentar um trabalho. Com a realização do resumo a estratégia foi semelhante à utilizada na tradução.
Considero que o nosso grupo, para além de ter funcionado muito bem, também inovou na forma como apresentou o trabalho, tentando utilizar o maior número de aplicações informáticas agradáveis e facilitadoras de transmissão/apresentação dos conteúdos (Wiki, Wix em http://www.wix.com/milenajorge/walterong, Creative Commons em http://milenajorge.enoema.org/mestradomce/walterong6/index.html (capítulo 6), http://milenajorge.enoema.org/mestradomce/walterong7/index.html (capítulo 7) e http://milenajorge.enoema.org/mestradomce/resumo/index.html (resumo).
A fase de transição para a plataforma Sloodle e posteriormente para o mundo virtual 3D do Second Life, já não foi assim tão pacífica e fui encontrando alguns obstáculos e dificuldades, que também fui ultrapassando com alguma facilidade e muito empenho.
Inicialmente o facto de termos duas plataformas em utilização, para a mesma unidade curricular, suscitou algumas dúvidas e confusões, que foram ajudadas pela recepção constante dos e-mails com os relatórios de todas as intervenções. A utilização do Second Life era um aspecto desta unidade que desde o início me tinha suscitado muita curiosidade. Apesar de já ter ouvido falar dos ambientes imersivos na Web, dos quais faz parte o SL, nunca tinha experimentado pois achava que era mais um jogo, com a particularidade de as pessoas o aproveitarem para terem/criarem uma “segunda” vida, aspecto que não me cativava, pois esta já me dá trabalho que chegue… e realmente, depois de experimentar, as minhas ideias pré-concebidas alteraram-se abismalmente e fiquei convencida das potencialidades da sua aplicação em contexto educativo e como forma de comunicação muito mais interactiva do que as que já tinha experimentado.
A novidade trouxe aspectos menos positivos, com os quais tive de estabelecer alguns limites e criar regras evitando, assim cair numa envolvência incontrolável. O facto de as aulas passarem a ser síncronas obrigou-me a efectuar algumas alterações na gestão do meu tempo e implicou uma maior organização e esforço redobrado. Assisti a todas as aulas, que achei terem sido muito interessantes nos conteúdos abordados e nas interacções que se foram criando com colegas e professores e, bastantes úteis para a preparação do Congresso.
A fase da preparação do Congresso e posterior apresentação do trabalho, foi sem dúvida nenhuma, a mais stressante e a que criou maiores períodos de ansiedade, irritabilidade, impaciência, descontrole mas também, alegria, satisfação e orgulho. Foi um trabalho que envolveu uma dicotomia de sentimentos e sensações.
A gestão e organização do tempo foram o factor mais complicado. Continuar a assistir às aulas no SL, encontros com a professora Mysa, para preparação das apresentações e, com as restantes elementos do grupo, para continuarmos a realização do trabalho, realizar as tarefas que me competiam, pesquisar, criar, trabalhar alguma coisa para as outras unidades curriculares e ainda continuar a trabalhar deixou-me completamente absorvida e com a sensação que tinha deixado de ter vida.
Não sei bem como, mas consegui cumprir todas as tarefas e chegar ao fim do Congresso com uma sensação de orgulho e de dever cumprido, mas verdade seja dita, que só voltei a entrar no SL na altura da realização das entrevistas, pois necessitava de um período de mais calma.
A realização da ultima actividade, das entrevistas e do trabalho escrito sobre o SL, já foi desenvolvida com mais serenidade, apesar do já muito cansaço sentido nesta fase final.
[1] MENDES, A.Q., Contrato de Aprendizagem, Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia- Comunicação Educacional. Universidade Aberta. 2009. pp. 1

quarta-feira, 22 de julho de 2009

SECOND LIFE- Entrevista e Trabalho Escrito





Para a actividade 4 realizei a entrevista, enquanto entrevistadora e entrevistada, com a Milena Jorge, com quem fiz parceria neste trabalho, na Academia e-le@rning3 no Second Life. Posteriormente cada uma de nós processou-as no processador de texto e limpou-as de qualquer identificação, para envio e publicitação junto do grupo turma.

Entrevista realizada

1- a) Já tinhas ouvido falar do Second Life antes deste curso de Mestrado? SIM.
1 -b) Já tinhas utilizado o Second Life antes deste Mestrado? SIM

2- Achas fácil ou difícil moveres-te e navegares no Second Life? Aprende-se facilmente? Foi muito difícil no princípio e fácil no fim? Ou diria antes que é sempre difícil?
Inicialmente, o processo de movimentação no, Second Life, foi extremamente difícil. No entanto, com a utilização do programa fui adquirido essas competências e actualmente já o faço sem qualquer problema.

3 - a) Como descreverias as tuas emoções e problemas ao entrares das primeiras vezes no Second Life?
A minha primeira experiência no SL, foi em 2007, no entanto, não foi muito positivo. A primeira interpretação que fiz foi relacionar este ambiente virtual com jogos de computador, senti-me frustrada, achei a plataforma muito semelhante a um jogo, tipo role playing. Nunca fui muito dada a este tipo de jogos, por isso, desisti nesse mesmo dia.
No entanto, a procura de novas metodologias, abordagens e propostas de trabalho no seio da educação levaram-me a novas explorações das ferramentas da web2.0 e, no final do ano de 2008, interessei-me pelos mundos virtuais e tentei novamente o sl, no entanto, já com outro olhar!
Um dos problemas, que senti no início da utilização do sl, foram os problemas técnicos. Os pré-requisitos do sl são muito exigentes ao nível de hardware e para funcionar correctamente, é necessário termos uma boa placa gráfica e alguma memória ram.

3 – b) E como descreverias essas emoções e problemas perante a responsabilidade de fazeres um trabalho académico concreto?
Quanto à responsabilidade de desenvolver um trabalho académico, encaro com a mesma responsabilidade com que faria um outro tipo de trabalho.

4- a) Como é o teu avatar? Preocupaste-te muito com ele? Procuraste transmitir algo de particular e pessoal através do teu avatar? Foste fazendo algumas alterações? Porquê?
Neste momento, o meu avatar, já não é um freebie, já está muito personalizado. Naturalmente que me preocupo com ele, pois é através dele, que interajo. Utilizo o meu avatar como extensão dos meus interesses profissionais, de formação e até pessoais. Não entendo este espaço como sendo de fantasia nem de expressão de outras personagens. Atrás de um avatar está sempre uma pessoa, tenho que me sentir bem com a representação gráfica, uma vez que este será o responsável pela minha comunicação, não só pela sua postura, mas também pela própria aparência. Assim, ao longo do tempo, fui fazendo algumas alterações ao avatar, porque o aspecto físico é fundamental para a comunicação, define, de certa forma, a personalidade e as aspirações de cada avatar!

5- Conseguiste identificar facilmente os teus colegas nos avatares? Ou isso foi um problema? Tratas no Second Life os teus colegas pelo nome próprio ou pelo nome do avatar? Porquê?
Inicialmente não foi uma tarefa fácil, mas hoje posso dizer: “Mostra-me o teu avatar… dir-te-ei quem és!”.
No entanto, gostaria de referir que, inicialmente, também tive o mesmo problema, na plataforma Moodle, relativamente à associação dos nomes dos meus colegas às respectivas fotografias.
Quando estou na plataforma SL, costumo tratar os meus colegas pelos nomes do avatar, porque respeito o nome escolhido para essa representação gráfica.

6- Achas que as interacções com os teus colegas se alteraram muito quando passaste do Moodle para o Second Life? Em que sentido? Ficaram mais próximas? Mais distantes? Às vezes demasiado próximas? Ou achas que se mantiveram basicamente na mesma?
Penso que sim.
No Moodle, as maiorias das interacções são feitas de uma forma assíncrona, enquanto que no ambiente virtual, Second Life, existe a capacidade de interagir sincronamente, criando uma certa envolvência entre os avatares originando uma sensação de realidade.

7- Como descreverias as tuas interacções com os outros no Second Life? És mais aberto(a) do que em outros contextos? Mais desinibido(a)? Mais simpático(a)? Ou mais fechado(a), mais inibido, mais intimidado(a)? Ou achas que não há diferença?
As minhas interacções com os outros colegas no Second Life são mais espontâneas. O Second Life fomenta a comunicação a vários níveis, através: do chat local, dos IM’s, do voice e até mesmo dos gestos. Ora a combinação destes meios de comunicação permitem-me uma interacção mais aberta, mais desinibida e até mesmo mais simpática, através dos gestos, por exemplo!

8- O que sentiste quando o trabalho voltou a centrar-se outra vez no Moodle?
Foi mais uma sensação de pena ou mais uma sensação de alívio? Preferias continuar a unidade curricular no Second Life ou no Moodle?
Penso que estas duas ferramentas de complementam. Aliás, eu acrescentaria uma 3 hipótese, porque não a utilizar o Sloodle? Que faz a “interacção” entre as duas plataformas? O Sloodle, como tivemos oportunidade de ver, torna visualmente mais atractiva uma disciplina do Moodle (etc.).
Não existem ferramentas que prometam resolver todos os problemas da comunicação/interacção. É necessário, adaptar as actividades às ferramentas e ao contexto onde estão inseridos.

9- No que diz respeito às potencialidades para apresentação/ interacção com os conteúdos o que acha do Second Life? Como as comparas com outros ambientes virtuais de aprendizagem como o Moodle?
Considero que o Second Life é uma ferramenta poderosa para apresentação/interacção com conteúdos.
Uma das potencialidades consiste na representação em três dimensões. Permite-nos uma proximidade com o mundo virtual, sendo possível inclusivamente alterar e criar novos conteúdos. Uma outra potencialidade passa pela possibilidade de explorar o ambiente virtual, em tempo real, com os outros colegas. O SL é caracterizado por ser um espaço partilhado, possibilitando aos “residentes” a interacção, num mesmo tempo e local, a oportunidade de comunicarem com outros ou de interagirem com os conteúdos disponibilizados e/ou construídos, daí que os mundos virtuais sejam caracterizados pela sua imediaticidade, isto é, pela interacção em tempo real.
Apesar da plataforma Moodle possuir também algumas ferramentas de comunicação síncrona, nomeadamente o chat, ela não é tão motivadora.

10- No que diz respeito às potencialidades para discussão de conteúdos e matérias o que achas do Second Life? Como o comparas a outras plataformas online como por exemplo o Moodle?

Tal como referi na questão anterior, considero que o Second Life é uma ferramenta poderosa, não só para apresentação/interacção com conteúdos, mas também para efectuar uma discussão em torno de determinado tema ou assunto. Comparando o SL com o Moodle, podemos dizer que, ambas fazem o mesmo, no entanto, creio que uma discussão feita no sl é muito mais enriquecedora para uma aprendizagem, por vários motivos: pela sua interacção instantânea, pela possibilidade de se fazer alguns gestos, simulando um ambiente virtual muitas vezes semelhante a um espaço real, como foi o caso do nosso congresso!

11- Consideras que há diferenças quanto à profundidade das aprendizagens e ao desenvolvimento do espírito crítico e criatividade num ambiente como o Moodle e num ambiente como o Second Life? Ou não há diferenças? Se há, porque achas que há?
Creio que sim, a todos os níveis. Relativamente à profundidade das aprendizagens, todos nós sabemos que ninguém é detentor de todo o saber, pois cada um tem uma determinada formação, no entanto, existem um objectivo comum: partilha de saberes. Para isso é necessário recorrer a diversos sistemas de comunicação síncrona, desde que estas mantenham um espaço disponível para o acontecimento das interacções espontâneas e semelhantes às vividas num ambiente físico. É possível fazer as interacções sob diversas formas: voz, escrita e/ou até mesmo através de gestos, por exemplos através de peças de teatros.
O SL neste sentido é um espaço formidável para a distribuição de saberes com vista à inteligência colectiva, pois as interacções lá decorrentes em muito se assemelham ao mundo real.
Quanto à criatividade e espírito crítico, a plataforma Second Life é considerada uma plataforma de criatividade! É um espaço excelente de simulação, onde o limite é a nossa imaginação. Comparando a plataforma Moodle com o SL, verifica-se que no Moodle, não existe muito, ou nenhum espaço para a criatividade. É tudo pré-definido à partida pelos professores/formadores de uma disciplina, por exemplo, as ferramentas de comunicação disponibilizadas.

12- Achas que o trabalho de grupo é facilitado ou dificultado com o recurso ao Second Life?
Creio que sim! Por várias razões que já referi em questões anteriores.

13- Nos trabalhos de grupo e nas apresentações preferes a interacção através do texto ou através da voz. Porquê?
Prefiro o texto. Por várias razões:
1ª Por ser possível aceder mais tarde ao conteúdo, se utilizarmos a voz, todo o trabalho é esquecido/perdido no espaço.
2ª Por questões técnicas.

14- Com a utilização do Second Life como te sentiste em relação à gestão do teu tempo? Foi fácil? Foi complicado? Em comparação com a utilização habitual do Moodle como foi esta gestão do tempo?
A questão do tempo foi, sem dúvida, a parte mais difícil de gerir. Esta foi a grande desvantagem do sl em relação ao Moodle. Foi muito exigente e difícil de conciliar as coisas.

15- Quais são para ti os aspectos mais interessantes do Second Life?
A plataforma Second Life, torna-se interessante por permitir: criatividade, interacção e socialização.

16- És capaz de enunciar algumas limitações ou desvantagens do Second Life?
Sim.
Como já referi, a utilização desta plataforma consume muito tempo, exige que o utilizador disponibilize mais tempo, do que por exemplo, para a plataforma Moodle. A questão da socialização, na minha opinião, apesar de ser positiva, também exige uma grande dedicação e entrega!
Por outro lado, ao nível do hardware é um software que é muito exigente ao nível da máquina.

17- Queres acrescentar alguma coisa a esta entrevista?
Não, por agora é tudo! Muita obrigada!

Respostas à Entrevista

1- Já tinhas ouvido falar do Second Life antes deste curso de Mestrado? Já tinhas utilizado o Second Life antes deste Mestrado?
Já tinha ouvido falar do SL, nomeadamente em reportagens televisivas e em revistas da especialidade, mas nunca tinha experimentado. Não tinha sentido nenhuma motivação por considerar, à primeira vista, que se tratava de um jogo.

2- Achas fácil ou difícil moveres-te e navegares no Second Life? Aprende-se facilmente? Foi muito difícil no princípio e fácil no fim? Ou diria antes que é sempre difícil?
Não senti muitas dificuldades quanto aos movimentos do avatar, apesar de nas primeiras vezes ter tido que disponibilizar algum tempo na exploração dessa funcionalidade, mas quase sempre com sucesso pois o programa é muito intuitivo.
Claro que, em algumas situações específicas, como sentar em alguns objectos, nem sempre se revelou fácil.
Há medida que fomos utilizando o avatar com mais frequência, também fui aprendendo alguns truques que me foram ajudando.
As dificuldades pontuais foram superadas sem grandes problemas.

3- Como descreverias as tuas emoções e problemas ao entrares das primeiras vezes no Second Life? E como descreverias essas emoções e problemas perante a responsabilidade de fazeres um trabalho académico concreto?
As primeiras vezes foram um misto de emoções, preocupações e alguma ansiedade. A surpresa foi a primeira emoção, pois era tudo novo para mim. O ambiente, a própria realidade do Mundo Virtual apresentado criaram em mim uma vontade de explorar e ultrapassar os obstáculos que foram surgindo. Depressa chegou o "bichinho" de saber mais e a curiosidade imperou, transformando os preconceitos iniciais quanto ao SL, como uma "brincadeira" para desocupados, numa ferramenta com muito potencial nomeadamente em contexto educativo.
A responsabilidade dos objectivos académicos vieram complicar as emoções e transformá-las em ansiedade, pois as solicitações eram exigentes e muitas e o tempo apertado para conseguir conciliar tudo. Foi complicado gerir os contactos síncronos e não faltar a nada.

4- Como é o teu avatar? Preocupaste-te muito com ele? Procuraste transmitir algo de particular e pessoal através do teu avatar? Foste fazendo algumas alterações? Porquê?
Tive alguma preocupação com a construção do avatar. Inicialmente pensei em construir uma identidade diferente quanto à raça, mas ao optar por um modelo standard fiquei limitada nas opções, e durante o processo de construção também me foram surgindo outras ideias. Fui descobrindo que poderia fazer várias transformações e, mais uma vez, esta descoberta foi auto-didacta e muito intuitiva através das ferramentas disponibilizadas.
Fisicamente o meu avatar acabou por não ser muito diferente da minha pessoa, exceptuando a cor do cabelo e olhos. E realmente não transformei o meu avatar naquilo que não sou, mas sim numa representação gráfica daquilo que no momento me apeteceu ser, sem pensar muito na minha aparência real. Nunca lhe vesti nada que não usasse na realidade, e as alterações que fui fazendo foram sempre muito pontuais e sempre que, por engano, alterava alguma característica que o transformasse completamente, voltava atrás. Achei importante manter a sua aparência facilitando assim a minha identificação por parte de colegas e professores.

5- Conseguiste identificar facilmente os teus colegas nos avatares? Ou isso foi um problema? Tratas no Second Life os teus colegas pelo nome próprio ou pelo nome do avatar? Porquê?
Essa foi das tarefas mais complicadas. Para além de sermos muitos e haver muita coisa a descobrir em simultâneo, tínhamos acabado de nos habituar aos nomes reais e conseguido liga-los à sua imagem, através das fotos disponibilizadas na plataforma Moodle, quando os nomes dos avatares e as imagens mudaram completamente. Durante muito tempo não consegui associar o nome do avatar com o nome real de muitos dos colegas, acho mesmo que não cheguei a associar todos durante todo o processo.
O facto de, alguns colegas, mudarem constantemente de aparência física e de indumentárias não ajudou.
Claro que havia nomes de avatares muito intuitivos quanto ao nome real do seu proprietário e isso facilitou bastante.
No SL sempre tratei os colegas pelo nome do avatar, exceptuando raríssimas situações de contactos IM que acabava por utilizar o nome real do destinatário, mas isso só acontecia com colegas com quem tinha muito contacto extra SL, nomeadamente colegas com quem realizava trabalhos de grupo.
6- Achas que as interacções com os teus colegas se alteraram muito quando passaste do Moodle para o Second Life? Em que sentido? Ficaram mais próximas? Mais distantes? Às vezes demasiado próximas? Ou achas que se mantiveram basicamente na mesma?
Decididamente alteraram-se. Mesmo virtualmente passou a existir um contacto visual e interaccional com a representação visual dos colegas e professores. O movimento, a passagem para a terceira dimensão, a interactividade veio alterar de alguma forma o relacionamento. O contacto era mais momentâneo, espontâneo e síncrono.
Acho que todos estes factores permitiram que ficássemos mais próximos e que nos conhecêssemos melhor.

7- Como descreverias as tuas interacções com os outros no Second Life? És mais aberto(a) do que em outros contextos? Mais desinibido(a)? Mais simpático(a)? Ou mais fechado(a), mais inibido, mais intimidado(a)? Ou achas que não há diferença?
Acho que a minha forma de interagir não alterou em nada no SL. Não senti que tivesse sido mais aberta, desinibida, simpática por me encontrar num mundo virtual, até porque não assumi nenhuma identidade diferente da minha. Depois o facto de se estar a utilizar a ferramenta em contexto académico não permitia, a meu ver, grandes alterações.

8- O que sentiste quando o trabalho voltou a centrar-se outra vez no Moodle? Foi mais uma sensação de pena ou mais uma sensação de alívio? Preferias continuar a unidade curricular no Second Life ou no Moodle?
Foi um misto de pena e de alívio. O SL exigiu contactos presenciais com horas marcadas, o que por vezes era bastante limitativo e complicado de gerir. No Moodle dava para gerir melhor o nosso tempo. Por outro lado, o feedback era bastante mais demorado no Moodle, o que transformava o processo de aprendizagem mais individualizado e menos colaborativo. Mas acho que a forma como se dividiu a Unidade Curricular pelas duas ferramentas foi equilibrada.

9- No que diz respeito às potencialidades para apresentação/ interacção com os conteúdos o que acha do Second Life? Como as comparas com outros ambientes virtuais de aprendizagem como o Moodle?
O SL é bastante mais dinâmico e motivador, no entanto, as condicionantes técnicas também são maiores. Sente-se mais a necessidade de possuir um bom computador e uma boa ligação à Internet e algumas condicionantes na utilização de mais programas e ferramentas em simultâneo.
No Moodle, por exemplo, é bem mais fácil visualizar e/ou apresentar outros conteúdos sem grandes preocupações técnicas.

10- No que diz respeito às potencialidades para discussão de conteúdos e matérias o que achas do Second Life? Como o comparas a outras plataformas online como por exemplo o Moodle?
Neste aspecto já considero que o facto de se estar presente virtualmente facilita a discussão, permitindo uma troca de ideias mais rápida, espontânea e eficaz, transformando o SL numa ferramenta muito mais motivadora do que o Moodle.

11- Consideras que há diferenças quanto à profundidade das aprendizagens e ao desenvolvimento do espírito crítico e criatividade num ambiente como o Moodle e num ambiente como o Second Life? Ou não há diferenças? Se há, porque achas que há?
Não considero que hajam grandes diferenças. Ambos permitem aprofundar as aprendizagens e desenvolver o espírito crítico.
Quanto ao desenvolvimento da criatividade, talvez um ambiente como o SL, permita um maior desenvolvimento inspirado pela grandeza do seu próprio ambiente.

12- Achas que o trabalho de grupo é facilitado ou dificultado com o recurso ao Second Life?
Durante a realização de trabalhos de grupo a escolha dos ambientes a utilizar dependia muito da fase em que se encontrava o trabalho. O SL também consegue ser muito dissuasor por ter muitos focos de distracção e necessitar de condições técnicas muito mais exigentes. Se fosse para conversar, trocar ideias, delinear e dividir tarefas, por norma preferia utilizar o messenger, pois também exige muito menos do computador e permitia que conseguisse trabalhar noutras ferramentas em simultâneo.

13- Nos trabalhos de grupo e nas apresentações preferes a interacção através do texto ou através da voz. Porquê?
Com experiências vivenciadas opto claramente pelo texto, pois a utilização da voz trazia sempre problemas técnicos e uma má comunicação, cheia de ruído e poluição sonora.

14- Com a utilização do Second Life como te sentiste em relação à gestão do teu tempo? Foi fácil? Foi complicado? Em comparação com a utilização habitual do Moodle como foi esta gestão do tempo?
Foi complicadíssimo. Senti-me, em muitas alturas, completamente absorvido e sem horas num dia para tudo. Houve altura em que senti mesmo ter deixado de ter vida própria. No Moodle era muito mais fácil de gerir o tempo.

15- Quais são para ti os aspectos mais interessantes do Second Life?
O dinamismo, interacção, motivação e a permissão de se simular situações reais, num ambiente a 3 dimensões que transmite sensações de vivenciar as situações.

16- És capaz de enunciar algumas limitações ou desvantagens do Second Life?
Considero como limitações, a necessidade de instalar o programa nos computadores e as exigências ao nível do computador, placa gráfica e ligação à Internet.

Depois das entrevistas realizadas, lemos e seleccionámos quatro entrevistas que fossem ao encontro dos objectivos que tínhamos delineado para a realização deste trabalho.
Abri uma Wiki, para que pudéssemos trabalhar simultaneamente,
onde colocámos as entrevistas escolhidas e começámos por analisá-las. O restante trabalho, optámos por utilizar um documento Word que fomos completando e enviando, simultaneamente, até chegar ao produto final, que posteriormente aqui será apresentado.

terça-feira, 21 de julho de 2009

CONGRESSO W. ONG- Participações no debate

Fórum: Equipa Azul – Capítulos 1 e 2

Re: o peso da oralidade
Por Benji Wikifoo – quarta, 17 Junho 2009, 10:05

Olá a todos
Antes de qualquer reflexão quero dar os parabéns à equipa pela sua apresentação, que para além de muito interessante foi bastante esclarecedora.
Depois de reler o chat e o resumo reflecti um pouco sobre a importância da oralidade e dei por mim a pensar na Escola e no nosso papel enquanto educadores e a forma como comunicamos.
Para W. Ong, "O que está a ocorrer não é um regresso à “oralidade primária”, própria das sociedades intocadas pela escrita, mas sim o desenvolvimento de uma “oralidade secundária”, em que os sujeitos falantes associam a palavra oral à forma escrita, pelo que o autor arrisca a falar numa “literatura oral”, designação com a qual não concorda, mas que considera difícil de eliminar."
A principal forma de comunicação na Escola é a oral, onde escolhemos especificamente os termos a adoptar para uma aprendizagem mais efectiva, o que não acontece com a forma de comunicação escrita, onde o discurso é obrigatoriamente diferente e sempre mais elaborado. Apesar da faculdade da escrita continua a haver uma clara distinção entre o discurso oral e o escrito.
Sandra Sousa (Benji Wikifoo)


Re: o peso da oralidade
Por Benji Wikifoo – quinta, 18 Junho 2009, 09:43

Olá Colegas e Professores
Ainda sobre estes dois capítulos de W. Ong registei que a escrita veio alterar a época em que a linguagem era exclusivamente oral (oralidade primária) e tornou-se objecto de estudo, permitindo-nos conhecer a sua evolução, perpetuar a mensagem e a sua transmissão sem a presença física de quem a comunica.
No entanto, a escrita não anulou a oralidade apenas a organizou. A escrita permitiu organizar o pensamento.
Na apresentação foi colocada uma questão interessante: "O conhecimento pode simplesmente ser armazenado em suportes digitais. Estaremos, agora, a "destruir a memória" ou simplesmente a libertar a mente humana para outras funções?" – Não considero que o armazenamento das informações, algumas completamente secundárias, nos tenha retirado o poder da memória (até porque nem tudo se consegue armazenar) mas nos tenha facilitado a organização do pensamento e permitido sim, que a mente humana se "ocupe" de outros assuntos e áreas. Não nos retirou a faculdade de memorização apesar de esta poder ser minimizada por falta de treino, já que esta capacidade implica a repetição.

Fórum: Equipa Vermelha – Capítulo 3

Re: Capítulo 3
Por Benji Wikifoo – quinta, 18 Junho 2009, 15:32

Olá Professores e colegas
Resolvi colocar aqui o post pois não tenho permissão para iniciar um novo tema no fórum da equipa vermelha.
Antes de mais aproveito para congratular os colegas pelo óptimo trabalho desenvolvido e pela esclarecedora apresentação. Muitos parabéns!
Depois de reler o vosso material retirei aspectos importantes que classificam o discurso oral:
- Tem padrões orais e estruturas pragmáticas;
- Carregado de epítetos;
- As palavras depois de proferidas desaparecem;
- Repetitivo e redundante, como estratégias de manter a atenção dos ouvintes;
- Só se conserva o discurso se repetido em voz alta e várias vezes;
- Os idosos têm um papel importantíssimo na perpetuação da mensagem;
- Muito ligado às vivências humanas;
- Incentiva a argumentação não sendo estanque.
Por sua vez o Som assume um papel fundamental pois a palavra só existe no som, tornando o Homem o centro do Universo e unindo a audiência em seu torno.

Fórum: Equipa Rosa – Capítulo 4

Re: E depois...apareceu a escrita
Por Benji Wikifoo – quinta, 18 Junho 2009, 16:46

Olá colegas e professores
Mais uma vez os meus agradecimentos pela vossa apresentação que me proporcionou bons momentos e vi-me bastante mais esclarecida sobre esta "grande" obra de W. Ong
Depois de reler o chat, o que só foi possível graças a esta grande invenção que foi a escrita (que tão bem a sua evolução foi explanada por vós) e mais uns quantos avanços tecnológicos, retirei uma série de apontamentos que passo a partilhar convosco.
" A escrita é a única maneira de fazer existir a palavra falada"
A escrita apesar de ser bastante mais consciente, planeada e pensada do que a fala, que surge do inconsciente, permite que a fala perdure e que chegue a mais destinatários, sem que seja necessária a sua presença física.
Para Ong a escrita é a mais importante das invenções humanas.
Com a escrita não podemos voltar atrás enquanto que com a oralidade isso é possível; a escrita é a base civilizacional de um povo enquanto que a oralidade relaciona-se com os grafolectos; a grafia das palavras não necessita da presença física do seu autor enquanto que na oralidade essa presença permite interacção; na escrita utiliza-se a pontuação para recrear os contextos inexistentes enquanto que na oralidade a entoação permite expressar sentimentos e emoções.
Com os avanços tecnológicos também a escrita, como nós a conhecemos, está a sofrer algumas alterações, nomeadamente o ser estanque e fechada.

Fórum: Equipa Verde – Capítulo 5

Re: Sobre a apresentação – capítulo 5
Por Benji Wikifoo – sábado, 20 Junho 2009, 12:07

Bons dias a todos e muitos parabéns ao grupo verde pela excelente apresentação.
Deste capítulo do Sr. W. Ong retirei algumas ideias que passo a apresentar:
A Impressão veio situar as palavras no espaço bloqueando-as e, substituindo o domínio da audição.
Ao longo dos tempos esta organização espacial sofreu enumeras modificações quanto à forma de se apresentar, até se ter chegado ao livro, como o conhecemos hoje.
Nos nossos dias, cada um de nós tem a faculdade e facilidade de poder criar impressões personalizadas de variadíssimo material, graças aos avanços das tecnologias.
Aos nossos olhos a impressão veio alterar a forma da percepção, cria sensações ilusórias de finalização e confina as formas verbais.
A palavra ficou encerrada no espaço.
A impressão "arrumou" as palavras e os pensamentos, tornando a leitura silenciosa mais rápida e criando uma relação diferente entre o leitor e a voz do autor no texto. O texto ficou organizado, mais legível e portanto mais orientado para o consumidor, o que veio aumentar a produção, divulgação e promoção da escrita e consequentemente a produção de cópias.
A história da impressão começou aquando da invenção da letra alfabética de imprensa, durante o séc. XV e para Ong foi a impressão e não a escrita que materializou a palavra.
Sandra

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Second Life- Congresso W. Ong

O congresso realizou-se nos dias 6 e 7 de Junho, com a apresentação de 3 e 2 equipas respectivamente e a festa de encerramento, na Academia e-le@rning3 da Universidade Aberta, no Second Life.

Re: Parabéns a todos!
Por Benji Wikifoo – sábado, 13 Junho 2009, 11:58

Olá Professora e colegas
Primeiro não posso deixar de agradecer as palavras da professora e o seu empenho no desenvolver de toda esta actividade.
O Congresso foi uma experiência fantástica, motivadora, inspiradora e deixou um sentimento de orgulho indescritível.
O processo não foi fácil, foi mesmo muito trabalhoso e por vezes enervante mas valeu bem a pena.
Todos os grupos estão de parabéns pela qualidade dos trabalhos apresentados, pelo profissionalismo demonstrado e este é realmente um grupo recomendável .
Fui tirando várias fotografias ao longo do congresso que poderão ver aqui:
http://picasaweb.google.com/sandramvsousa/SecondLife#

A apresentação da minha equipa de trabalho foi no último dia e a última apresentação do congresso, pelo que preparámos um vídeo
do percurso da turma no Second Life, para apresentar à turma e aos professores e oferecemos, também, umas t-shirts masculinas e femininas alusivas ao tema.
Durante a apresentação dividimos a nossa equipa em duas, em que todas tivessem um elemento que a substituísse caso acontecesse algum imprevisto, três ficariam responsáveis pela oração enquanto as restantes passariam os diapositivos no Presenter.
Depois de tantos treinos e tudo milimetricamente cronometrado, a nossa apresentação correu muito bem, apesar dos nervos que senti e do nó na barriga, que só passou quando passou para a garganta, na altura da apresentação do vídeo à audiência. Foi realmente um momento memorável e muito semelhante a qualquer apresentação na vida real.

domingo, 19 de julho de 2009

Second Life- Congresso W. Ong- Apresentação Equipa Laranja

SECOND LIFE- Preparação do Congresso- Contributos

Para a apresentação do nosso trabalho no congresso a equipa adoptou, inicialmente, a mesma metodologia, de continuarmos a produzir em pares e depois juntarmos o trabalho todo.
Realizei uma primeira proposta de apresentação, em PowerPoint, da parte que tinha traduzido que disponibilizei à Maria para que ela pudesse completar com a parte dela. Pesquisámos imagens que complementassem a mensagem e com toda a brevidade, disponibilizámos a nossa apresentação no fórum da equipa, em duas versões, uma mais completa e outra mais reduzida, pois o tamanho da apresentação era um factor a ter em consideração.
Apresentação da nossa parte do capítulo


Depois de todos os pares terem realizado a sua parte da apresentação, propus, criei e disponibilizei no fórum, alguns templates que poderíamos utilizar de modo a uniformizar as diferentes partes da nossa apresentação.


Pesquisei e sugeri, disponibilizando também no fórum, alguma selecção de músicas que poderíamos utilizar caso fizéssemos um vídeo.
Fiquei responsável pela montagem da apresentação final da equipa (junção de todos os capítulos realizados a pares) e pela sua transformação em imagens, em formato png, para posterior utilização no Sloodle Presenter.
Estive presente em todos os encontros e colaborei activamente na realização desta tarefa.

sábado, 18 de julho de 2009

SECOND LIFE- Congresso Cleo Bekkers




Uma das actividades proposta pela Professora Mysa foi assistirmos ao congresso da Cleo Bekkers, sobre a utilização do SL em contexto educativo.
O congresso foi muito interessante e esclarecedor, mas no início, como estava muita gente e para a maioria era a primeira vez que assistiam a um evento destes, a organização não foi muito fácil… não sabíamos muito bem onde nos sentar nem o que fazer. As coisas foram-se organizando e depois correu muito bem, apesar de ter achado que alguns colegas intervieram em demasia causando alguns cortes de raciocínio à oradora.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

SECOND LIFE- Aulas e Intervenções

Fórum: Second Life

Re: Experiência no SL
Por Benji Wikifoo – quarta, 29 Abril 2009, 12:05

Olá Mysa
Já criei o meu avatar e consegui alterar a aparência até onde me foi possível, pois não consigo alterar a cor, comprimento e aspecto do cabelo e a cor dos olhos, já para não falar da roupa que só consegui alterar a cor da camisa... já alterei o espaço onde me encontrava pois sem saber muito bem porquê sempre que me ligava aparecia na praia de Copacabana no Brasil. Agora já me encontro em Lisboa
Também consegui tirar uma foto da minha aparência (ainda que provisória) mas não a consigo colocar no meu perfil aqui no Sloodle.





Benji Wikifoo

Re: Opinião sobre a inauguração
Por Benji Wikifoo – quinta, 30 Abril 2009, 18:55

Olá a todos
A noite de ontem consegui superar as minhas expectativas e, durante o dia de hoje, não tenho falado de outra coisa... Não fosse ter mais Unidades Curriculares e muito trabalho para fazer, já lá estava a explorar mais potencialidades, pois ontem fui para a cama e não deixava de pensar em tudo o que tinha ficado para ver... todas as ofertas que recebemos e não tive tempo para as abrir.
Gostei mesmo muito e até estou um pouco preocupada se não ficaremos todos viciados nesta nova realidade
O espaço é super agradável, com extremo bom gosto, e denota muita paixão por parte da professora e criadora... tem todos os motivos para estar orgulhosa do seu feito.
Também deixo algumas fotos que tirei e logo às 22h lá estaremos de volta.



Re: Experiência no SL
Por Benji Wikifoo – domingo, 3 Maio 2009, 22:54

Olá Mysa
Como já referi anteriormente a minha experiência no SL, até este momento, era completamente nula. Esta foi mesmo a minha primeira vez e nem sempre foi muito fácil... ao longo das aulas que assisti, tive várias sensações, de euforia, pânico, frustração, curiosidade...
Neste momento estou com muita vontade em explorar mais a aplicação, que me parece ter grandes potencialidades, e contrariar a vontade de estar sempre ligada pois para além da RL as outras UCs também existem


Re: Concepção e expectativas...
Por Benji Wikifoo – segunda, 11 Maio 2009, 15:27

Olá Professora
Tal como já tinha referido numa outra conversa, nunca tinha tido contacto com o SL, apesar de saber o que se tratava através de reportagens televisivas, e sinceramente nunca me tinha despertado o interesse por explorá-lo pois considerava tratar-se de um "jogo"...
O primeiro contacto foi interessante e não me senti assim tão perdida... fui descobrindo e lá fui fazendo algumas evoluções na criação do meu avatar e até consegui tirar fotografias.
Ao iniciarmos as aulas senti um misto de sensações, entusiasmo e frustração. Entusiasmo porque a aplicação parecia-me ter grandes potencialidades e havia muito a descobrir (o que para mim já é bastante motivador), frustração porque me sentia com muito pouco tempo para o fazer e começava a sentir que não era muito responsável da minha parte sentir-me assim tão absorvida. Havia que não esquecer todas as outras UCs e a Escola. Optei portanto, só me ligar ao SL na altura das aulas.
Benji



Fórum: Aulas e actividades síncronas


Re: Fomos às compras
Por Benji Wikifoo – domingo, 3 Maio 2009, 23:13

Olá Mysa e colegas
Foi uma experiência fantástica e ainda nem se quer tive oportunidade de abrir todas as caixas que ganhei... nos sapatos estavam sempre a aparecer Bs e eu parecia uma louca a tentar sentar-me nas cadeiras... foi um pouco alucinante

Re: Aula de Fotografia
Por Benji Wikifoo – quinta, 21 Maio 2009, 19:01

Olá Professora
Aqui ficam algumas imagens


Benji

Re: Aula de Fotografia 2
Por Benji Wikifoo – sábado, 30 Maio 2009, 12:12

Aqui ficam umas poses



Mais em
http://picasaweb.google.pt/sandramvsousa/SecondLife

Experiências na Utilização do Blog através do SL

Aula de Recuperação 16/5
Por Benji Wikifoo – sábado, 16 Maio 2009, 23:39
Todos os usuários deste site
Hoje assisti às duas aulas de recuperação, a das 17h sobre notepads e a das 21h, sobre a edição do perfil e preferências, tendo terminado com um teste de som, entre os colegas que tinham microfones.
As aulas, mais uma vez, foram muito interessantes e esclarecedoras, no entanto, o teste do som foi um pouco caótico por haver muito ruído, que por vezes se tornava mesmo insuportável.
Ainda vim aqui deixar estas palavrinhas mas já não me sinto com disposição nem forças para fazer o que quer que seja
Benji


Apontamento
Por Benji Wikifoo – terça, 12 Maio 2009, 20:09

Todos os usuários deste site
Posted from Second Life: Diabolus Vim até à Academia tentar mudar de roupa e felizmente ninguém estava por cá. Era um pouco constrangedor ter de ficar nua à frente dos colegas É que o tempo tem sido muito pouco. Isto é muito calmo assim sem ninguém. Tentei ir conhecer a nova sandbox mas descobri que não tenho a landmark...


Aula (agora a sério)
Por Benji Wikifoo – quarta, 6 Maio 2009, 20:07

Todos os usuários deste site
Posted from Second Life: Diabolus Mais uma vez a aula de hoje foi muito interessante Apesar desta turma ser muito indisciplinada falamos todos ao mesmo tempo e a Mysa, lá em casa, deve ter imensos cabelos no chão


Aula
Por Benji Wikifoo – quarta, 6 Maio 2009, 19:46

Todos os usuários deste site
Posted from Second Life: Diabolus sim experiência o meu tb não experiência o blog HUD não faz nada... então tudo o que escrevermos no blog tb aparecerá na janela de conversação local

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Walter Ong- “Orality and Literacy-The Techonogizing of the Word"


Na primeira actividade da Unidade Curricular "Comunicação Educacional" pretendia-se que a turma traduzisse a Obra "Orality and Literacy" de W. Ong, em grupo e dividida por capítulos.
A turma foi dividida por cinco grupos, de três ou seis elementos (consoante o tamanho do capítulo correspondente), ficando ao critério de cada grupo a escolha da ferramenta de trabalho online.
Cada equipa teria de apresentar a sua tradução bem como um resumo, de seis páginas A4, do seu capítulo na ferramenta que escolheu para o efeito.
A apresentação e discussão do trabalho, primeiro, seria em Congresso Virtual e mais tarde, no Second Life, no "Congresso Virtual sobre Walter Ong".
Nesse Congresso haveria um debate público entre todos os grupos sobre os trabalhos apresentados, onde as apresentações dos grupos seriam analisadas, comentadas e discutidas por todos. Cada equipa seria responsável por moderar e animar uma discussão relativa ao seu trabalho, estimulando a discussão e respondendo às questões que lhes fossem colocadas no referido Congresso.


Integrei a Equipa Laranja, com mais cinco elementos, responsável pela tradução dos sexto e sétimo capítulos "Oral Memory, the Story Line and Characterization" e "Some Theorems", respectivamente e escolhemos como ferramenta a Wiki.
Como metodologia de trabalho de equipa adoptámos um sistema de sub-equipas, constituídas por dois elementos, que ficariam responsáveis por uma parte dos capítulos. Assim, juntamente com a Maria Vale, traduzi o capítulo 7, “Some Theorems”, da página 153 à 161. Fomos realizando a tradução num documento do GoogleDocs, que nos permitia monitorizar e alterar o trabalho que íamos realizando em par, e na realização do resumo adoptámos a mesma estratégia.
Aqui apresento a minha primeira tradução da parte do capítulo 7, pela qual estava responsável.

ALGUNS TEOREMAS

O estudo do contraste entre a oralidade e a escrita é em grande parte um negócio inacabado. O que foi recentemente aprendido sobre este contraste continua a ampliar a compreensão não só do oral do passado, mas também do presente, libertando os nossas mentes e definições do texto vinculado muito do que tem sido, desde há muito, familiar nas novas perspectivas. Aqui eu posso sugerir algumas das aparentemente mais interessantes novas perspectivas e perspicácias, mas só algumas, pois é impossível ser conclusivo ou completo. Vou apresentar o assunto aqui na forma de teoremas; declarações mais ou menos hipotéticas que fazem a ligação de várias maneiras com o que já foi aqui explicado sobre a oralidade e o recurso oralidade-escrita. Se os capítulos anteriores foram moderadamente bem sucedidos, o leitor deve ser capaz de transportar os teoremas mais distantes, bem como de gerar os seus próprios teoremas e visões complementares.
Alguns desses teoremas dizem respeito especialmente à forma como certas escolas de interpretação literária e/ou filosofia se referem ao recurso oralidade-escrita. A maior parte destas escolas tratam-no em Hawkes (1977). Para conveniência do leitor, sempre que possível, as referências serão dadas directamente por Hawkes, nas quais as diversas fontes primárias podem ser rastreadas.
HISTÓRIA LITERÁRIA

A história literária começou por explorar as possibilidades abertas pelos estudos da oralidade-escrita. Importantes estudos têm relatado sobre uma enorme dispersão no tratamento das tradições específicas quer nos seus desempenhos orais primários ou dos elementos orais dos seus textos literários. Foley (1980b) cita obras do mito da Suméria, salmos bíblicos, várias produções orais da África Central e Ocidental, inglês medieval, literatura francesa e alemã (ver Curschmann, 1967), o bylina Russo e a pregação Folk Americana. A listagem de Haymes (1973) inclui estudos sobre Ainu, Turcos e ainda outras tradições. Mas a história literária ainda sobre a totalidade do produto com pouca ou nenhuma consciência das polaridade da oralidade-escrita, despista a importância dessas polaridades no desenvolvimento de géneros, parcelas, caracterização, relação escrita-leitura (ver Iser 1978), e na relação da literatura com as estruturas sociais, intelectuais e físicas.
Texto pode representar todo o tipo de diferentes ajustamentos para as polaridades oralidade-escrita. A cultura do manuscrito no Ocidente sempre marginalizou a oralidade e, mesmo depois de impressa, a textualidade apenas gradualmente conseguiu o lugar que tem hoje, nas culturas onde a leitura é mais silenciosa. Ainda não chegámos à condições plena com o facto de que, a partir da antiguidade e durante o século XVIII muitos textos literários, mesmo quando compostos em escrita, eram comummente para recitações publicas; originalmente pelo próprio autor (Hadas 1954, p. 40; Nelson 1976-7, p. 77). Ler para a família ou para pequenos grupos continuava a ser comum no início do século XX até a cultura electrónica mobilizar esses grupos em torno da rádio e da televisão, em vez de serem membros presentes nos grupos.
A literatura Medieval é particularmente intrigante na relação com a oralidade porque as maiores pressões da alfabetização na psique medieval foram trazidas não só pela centralidade do texto bíblico (os Ansiães Gregos e Romanos não tiveram textos sagrados, e as suas religiões eram praticamente vazias de formação teológica) mas também pela estranha mistura da oralidade (discordância) e textualidade (comentários em trabalhos escritos) na Academia Medieval (Hajnal 1954). Provavelmente a maior parte dos escritores medievais ao longo da Europa continuavam a manter a clássica prática de escreverem os seus textos para serem lidos em voz alta (Crosby 1936; Nelson 1976-7; Ahern 1981). Isso ajudou a determinar sempre o estilo retórico, bem como a natureza da parcela e caracterização.
A mesma prática persistiu até um notável grau durante o Renascimento. William Nelson (1976-7, pp. 119-20) chamou a atenção para a revisão que Alamanni fez do seu original e mal sucedido Giron Cortese, de modo a torná-lo mais episódico, e portanto mais direccionado para leitura oral para os grupos, à semelhança do bem sucedido Orlando de Ariosto. Nelson parte da conjectura sobre a mesma motivação que levou Sir Philip Sidney a rever Old Arcadia e a torná-lo apto para entrega por via oral. Ele lembra também (1976-7, p. 117) que, através do Renascimento, a prática da leitura oral permitiu os autores a expressarem-se em si "mas como pessoas reais... fomos ouvidos" para eles – não a "hipótese" para quem os autores dos nossos dias normalmente escreverem para si próprios. Daí o estilo de Rabelais e Thomas Nashe. O estudo de Nelson é um dos mais ricos em apontar o dinamismo oralidade-literacia na literatura Inglesa desde a Idade Média até ao séc. XIX e em sugerir o quanto mais ainda há a fazer no estudo da polaridade oralidade – literacia. Quem ainda não avaliou Euphues de Lyly como um trabalho para ler em voz alta?
O Movimento Romântico marcou o princípio do fim da velha retórica da oralidade-aterrada (Ong 1971), ainda oralidade ecoa, por vezes importunamente, por vezes desastradamente, ao estilo dos primeiros escritores Americanos como Hawthorne (Bayer 1980), já para não mencionar o Pai Fundador dos Estados Unidos da América, que ecoa claramente através da historiografia de Thomas Babington Macaulay até Winston Churchill. Nestes escritores o palco da conceptualização e do estilo semi-oratório regista a oralidade residual altamente efectiva nas Escola públicas Britânicas. Aqui continua por examinar o envolvimento da história literária.Ao longo dos séculos, o preço da oralidade através da escrita e da impressão para o processamento electrónico das palavras foi profundamente afectado e, de facto, e basicamente determinou a evolução dos géneros da arte verbal, e do enredo. No Ocidente, por exemplo, o épico é basicamente e irremediavelmente uma forma de arte oral. Os escritos e impressos épicos, também chamados de "arte" épica, eram auto-conscientes, imitações arcaicas dos procedimentos exigidos pela psicodinâmica das narrativas orais – por exemplo, mergulhar no principio da medias res, elaborar descrições formulaicas de armaduras e de comportamentos agonísticos, outro formulário de desenvolvimento de outros temas orais.Enquanto a oralidade diminui com a escrita e com a impressão, a forma irresistível das mudanças do épico apesar dos esforços e das melhores das intenções do autor. O narrador em Iliad e em Odyssey está perdido nas comunicabilidades orais: ele nunca aparece como "Eu". O escritor Virgil começou a sua Aeneid com "Arma, virumque cano", " Eu canto de armas e o homem". Na carta de Spencer para Sir Walter Raleigh ao introduzir The Faerie Queen mostra que Spencer no pensamento actual estaria a compor um trabalho como o de Homer: mas a escrita e a impressão haviam de determinar que ele não conseguiria. Eventualmente, o mesmo imaginário épico perde credibilidade:
as suas raízes na economia intelectual da cultura oral estão secas. A única maneira do século XVIII poder estar seriamente relacionado com o épico é troçando dele em epopeias de escárnio. Estas eram produzidas às centenas. Depois disso, o épico efectivamente morreu. A continuação de Odyssey de Kazantzakis é uma forma literária alienígena.
Romances eram o produto da cultura quirográfica, criações num novo género de escrita fortemente dependentes dos modos orais de pensamentos e de expressão, mas não imitando conscientemente as anteriores formas orais como fez a "arte" épica. As baladas populares, como as baladas marginais em Inglês e Escocês, desenvolveram-se à margem da oralidade. O romance é claramente um género impresso, profundamente interior, des-heroicizadas (expurgadas de qualquer carácter heróico , e tende fortemente para a ironia.) Nos dias de hoje formas de narrativa deploráveis fazem parte da idade da electrónica, com uma estrutura tortuosa em códigos obscuros (como computadores). E assim por diante. Estes são alguns dos padrões globais. Que padrões tenham sido pormenorizados para a maior parte ainda ninguém sabe. Mas estudos e compreensão das mesmas vai trazer luz não só sobre formas de arte verbal e formas de pensamento do passado, mas também sobre as do presente e, possivelmente, até mesmo do futuro.
Uma grande lacuna na compreensão da influência das mulheres no género e estilo literário poderia ser superada ou fechada através da atenção para os turnos oralidade-literacia-impressão. No capítulo anterior verificámos que novas romancistas e outras escritoras generalistas praticam a tradição oral nos seus trabalhos por causa do simples facto das raparigas não serem comummente submetidas à oralidade baseado no treino de retórica que os rapazes recebem na escola. O estilo oral das mulheres escritoras é distintivamente menos formal que o dos homens, mas nenhum grande estudo, que eu tenha conhecimento, examinou as consequências desse facto, que deve ser certamente maciço. Certamente, o estilo não retórico congénito das mulheres escritoras ajudou a fazer o romance no que é: mais como uma conversação do que uma performance plataforma. Steiner (1967, pp.387-9) chamou à atenção para a origem dos romances na vida mercantil. Esta vida foi completamente alfabetizada, mas a sua literacia é vernacular, sem se basear no Latim retórico. As escolas dissidentes, que treinam para a vida dos negócios, foram as primeiras a admitir mulheres nas salas de aula.
Vários tipos de oralidades residuais, tais como, a "oralidade literária" da cultura oral secundária induzida pela rádio e televisão aguardam um estudo aprofundado (Ong 1971, pp. 284-303; 1977, pp. 53-81). Alguns dos mais interessantes trabalhos sobre oralidade- literacia
contrasta hoje tendo sido feitos em estudos da literatura moderna anglófona do Oeste Africano (Fritschi 1981).
Ao nível mais prático a nossa profunda compreensão da psico-dinâmica da oralidade em relação à psico-dinâmica da escrita vem melhorar o ensino das habilidades da escrita, particularmente nas culturas que hoje se movimentam rapidamente da total oralidade virtual para a literacia, como muitas culturas Africanas estão a fazer (Essien 1978), e na residualmente subcultura oral predominantemente nas sociedades altamente alfabetizadas (Farrell 1978a; 1978b) como subculturas negras urbanas ou subculturas Chicano nos Estados Unidos.

NOVAS CRITICAS E FORMALISMO

O caminho da oralidade para literacia trouxe uma luz ao significado da Nova Critica (Hawkes 1977, pp. 151-6) como o primeiro exemplo do pensamento texto-vinculados. A Nova Critica insistiu na autonomia dos trabalhos individuais de arte textual. Escrita, será relembrada, tem sido chamada de "discurso autónomo" em contraste com a dicção oral, que nunca é autónoma mas sempre embebida numa existência não verbal. A Nova Critica tem assimilado o trabalho de arte verbal a objecto visual mundial de textos em vez de oral-auditiva de evento mundial. Eles insistiram que o poema ou outro trabalho literário fosse considerado como um objecto, um "ícone verbal".
É difícil de ver como este modelo visual-táctil de um poema ou de outra criação verbal pode aplicar-se efectivamente numa performance oral, que supostamente poderia ser um verdadeiro poema. Som resiste a uma redução de "objecto" ou "ícone"- é um evento em movimento, como tem sido visto. Além disso, o divórcio entre poema e contexto pode ser difícil de imaginar numa cultura oral, onde a originalidade do trabalho poético consiste na forma como o cantor ou narrador se dirige à sua audiência nesse momento. Embora seja naturalmente, de alguma forma, um evento especial distinguível de outros tipos de eventos, numa configuração especial, seu objectivo e/ou resultado é, raramente ou nunca, simplesmente estético: performance de um épico oral, por exemplo, pode servir também em simultâneo como um acto de celebração, como paideia ou educação para jovens, como fortalecimento da identidade de um grupo, como forma de manter vivo todo o tipo de conhecimentos- históricos, biológicos, zoológicos, sociológicos, venatic, náuticos, religiosos- e muito mais. Para além disso, o narrador tipicamente identifica-se com as personagens, ele trata e interage livremente com a sua audiência, que pelas suas reacções o ajudam a determinar o que dizer- a duração e o estilo da sua narrativa. No seu desempenho em The Mwindo Epic Candi Rureke não apenas se dirige ao público, mas tem mesmo o herói, Mwindo, a abordar os escribas que estão gravando o desempenho Rureke em escrita, dizendo-lhes para apressarem o seu trabalho (Biebuyck and Mateene 1971). Este é dificilmente um ícone. No final do épico, Rureke resume a vida real as mensagens que ele considera que a história transmite(1971, p. 44). A demanda romântica pela "poesia pura" foi selada por preocupações da vida real que deriva do sentimento pela totalidade autónoma criada pela escrita e, mais ainda, o sentimento de fecho de um ciclo criado pela impressão. Nada evidencia mais fortemente a aliança, principalmente inconsciente, entre o Movimento Romântico e a tecnologia.
O ligeiramente mais velho Formalismo Russo (Hawkes 1977, pp. 59-73) mais ou menos a mesma posição que a Nova Critica, apesar de as duas escolas se terem desenvolvido independentemente. Os Formalistas consideravam a poesia como linguagem vanguardista, linguagem que chama a atenção para as palavras elas próprias, na sua relação uma com as outras, dentro do término que é o poema, que tem o seu próprio, autónomo, ser interior.
Os Formalista finalizam ou eliminam da crítica qualquer preocupação com a "mensagem", "fontes", "história" do poema, ou relacionamento com a biografia do autor. Eles estão obviamente, também, amarrados ao texto, focados exclusivamente (irreflectidamente na maior parte) em poemas compostos em escrita.
Dizer que os Novos Críticos e os Formalistas Russos têm estado amarrados ao texto, não é menosprezá-los. Porque eles estavam de facto a lidar com poemas que eram criações textuais. Para mais dado o anterior estado da crítica, que se tinha devotado a si própria em grande parte à biografia e psicologia do autor, negligenciando o texto, eles agora queriam focá-lo. A anterior crítica tinha saído de uma tradição oral, retórica e residual e era de facto incapaz de tratar um discurso autónomo e propriamente textual. Vista nas perspectivas sugeridas pelos contrastes oralidade- literacia a mudança do anterior Criticismo para o Formalismo e a Nova Critica, aparece então como uma mudança de uma mentalidade oral residual (retórica, contextual). Mas a mentalidade textual era relativamente irreflectida porque, apesar dos textos serem autónomos por contraste com a expressão oral, no fim nenhum texto vale por si próprio, independentemente do mundo extra-textual. Cada texto constrói sobre pretexto.
Porque todos os textos têm suportes extra-textuais. Roland Barthes (Hawkes 1977, pp. 154-5) salientou que qualquer interpretação de um texto tem de se mover fora do texto para assim se relacionar com o leitor: o texto não tem sentido até alguém o ler, e para fazer sentido tem de ser interpretado o que quer dizer, relacionado com o mundo do leitor - o que não quer dizer lido caprichosamente ou sem nenhuma referência ao mundo do escritor. Pode-se descrever a situação desta forma, dado que qualquer dado de tempo está situado na totalidade de todo o tempo, um texto, depositado pelo seu autor, num dado tempo Ipso facto relacionado com todos os tempos, tendo implicações que podem ser desdobradas só com a passagem inacessível para a consciência do autor ou dos seus contemporâneos, apesar de não necessariamente ausente do seu subconsciente. A crítica Marxista (da qual Barthes em parte deriva Hawkes 1977, pp. 267-71) mantém que a auto-referencia dos Novos Críticos é determinada pela classe e sincopática: identifica o sentido "objectivo" do texto com algo realmente exterior ao texto, nomeadamente as interpretações que imagina serem as suportadas pela sua sofisticação, espírito, sentido de tradição e pose do que é essencialmente uma aristocracia decadente (Hawkes 1977, p. 155). A Nova Critica, nesta perspectiva, provou ser bem sucedida com as classes média sincopáticas que olhavam com admiração para este milieu aristocrático.
A Nova Critica evolui de outro realinhamento principal das forças orais-literárias, o que aconteceu enquanto a Academia mudava de uma base latina erudita, controlada quirograficamente, para uma base livremente oral e vernacular. Apesar de terem havido alguns escassos cursos de Literatura Inglesa nas Faculdades e Universidades Americanas, por volta de 1850, o assunto tornou-se um grande assunto académico só no princípio do séc. XX e ao nível do ensino superior só depois da 1ª Guerra Mundial (Parker 1967). Nas Universidades de Oxford e Cambridge os estudos intermédios começaram timidamente apenas no fim do séc. XIX e começou a ser um assunto auto-suficiente também apenas após a 1ª Guerra Mundial (Potter 1937; Tillyard 1958). Nos anos 30 o Novo Criticismo estava em curso, a reviravolta da Nova Academia de Estudos Inglesa, o primeiro e principal Criticismo vernacular da linguagem inglesa na literatura a desenvolver-se em ambiente académico (Ong 1962, pp. 177-205). A academia não teve conhecimento do Velha Critica Inglesa. Anterior critica do trabalho vernacular, porém astuto, era extra-académico, ocasional e frequentemente amador, por mais cedo académico, estudos profissionais em literatura foram restritos ao latim, algum grego, e tinha sido fundamentado no estudo da retórica.
O latim foi visto durante centenas de anos como quirograficamente controlador da linguagem, deixou de ser uma língua materna. Apesar de ter estado amarrado a uma mentalidade residualmente oral, ele não forneceu acesso directo ao inconsciente do tipo que a linguagem materna fornece. Sob estas condições, o texto literário em Latim, contudo complexo, e contudo compreendido sabiamente, foi limitado para ser opaco por comparação com um texto com uma própria língua materna, escrito fora de uma mistura rica de elementos do subconsciente e do consciente. Dar a relativa intrínseca opacidade dos texto latinos, não surpreende que o comentário no texto deva ser desviado um tanto do texto ele próprio do autor, da sua psicologia, do antecedente histórico, e todos os externos que foram defendidos aborrecidamente pela Nova Critica.
a Nova Crítica em si mesma anulada a partir dos primeiros textos em língua Inglesa e fê-lo sobretudo num cenário onde os debates académicos se poderão desenvolver numa maior escala, mais continua, e mais organizada que o anterior critica ocasional dos trabalhos vernaculares.
Os textos nunca antes tinham sido vistos desta forma exaustiva, em parte porque até às décadas de 1930 e 1940 os ocultos atrás da consciência tinham sido abertos pela psicologia profunda e a psique transformou-se reflectidamente sobre si mesma como nunca antes, mas também porque um texto no vernáculo tinha uma relação diferente com o mundo da infância precoce por via oral do que um texto num idioma que, para bem mais de um milénio tinha sido falado por qualquer um que não sabia também como escrever. Estudos textuais, pelo que eu sei, nunca tenham explorado aqui as implicações (Ong 1977, pp. 22-34). As implicações são massivas. O Estruturalismo Semiótico e o Desconstruturalismo geralmente não têm conhecimento em todos os diversos textos de que forma podem relacionar o seu substrato oral. Eles especializaram-se em textos marcados pelo seu tardio tipográfico ponto de vista desenvolvido na Era do Romantismo, à beira da era da electrónica (1844 foi marcado pelo sucesso da demonstração do telegrafo de Morse).

ESTRUTURALISMO

A análise Estruturalista foi desenvolvida por Claude Lévi-Strauss (1970; Hawkes 1977, pp. 32-58) e focou-se largamente na narrativa oral e alcançou uma certa liberdade da influência da quirografia e da tipografia quebrando a narrativa oral em termos binários abstractos em vez de em termos do tipo de enredo desenvolvido na escrita narrativa. Para Lévi-Strauss a analogia fundamental para a narrativa é a linguagem em si própria com o seu sistemas de elementos contrastantes: fonemas, morfemas, etc. Ele e os seus seguidores geralmente prestaram pouca atenção à psicodinâmica das expressões orais como tinha sido trabalhado por Parry, Lord, e em particular por Havelock e Peabody. A atenção para esse trabalho viria acrescentar uma outra dimensão à análise Estruturalista, que é muitas vezes acusada de ser demasiado resumida e tendenciosa - todas as estruturas discernidas revelaram-se binárias (nós vivemos na Era dos computadores), e o binarismo é alcançado passando por elementos, frequentemente elementos cruciais, que não se encaixam no modelo binário. Além do mais, a estrutura binária, contudo interessante o resumo padrões que fazem, não parece explicar a urgência de uma narrativa psicológica e, portanto, não está a contar para porque a história é uma história.
Os estudos da oralidade também expuseram que a narrativa oral não é sempre colocada juntos em termos de admitir que pronto estruturalista análise binária

CONTINUAÇÃO TEXTUALISTAS

Ainda não se segue isso porque A não é B, isso não é nada. Culler (1975, pp. 241-54) discute o trabalho de muitos dos textualistas, como eu os denominei, ou estruturalistas, como ele os denominou, e mostra que, apesar da sua negação de que a literatura é representativa ou referencial, os estruturalistas (ou textualistas) que compunham o Tel Quel grupo em Paris (Barthes, Todorov, Sollers, Julia Kristeva, e outros) actualmente - e inevitavelmente - utilizam a língua representativa, porque “não queriam reivindicar que as suas análises não são melhores do que as de qualquer outro” (1975, p.252).
Há pouca dúvida, por outro lado, que hoje muitas pessoas dependem de um modelo logocêntrico no pensamento intelectual e nos processos de comunicação. Ao dividir o que ele chama de Fonocentrismo e logocentrismo, Derrida está a realizar um serviço de boas-vindas, no mesmo território que Marshall McLuhan varreu através do seu famoso ditado, "O meio é a mensagem".
No entanto, o recente trabalho nos contrastes da Oralidade-Literacia tratado no presente livro complica as raízes do fonocentrismo e de logocentrismo para além do que os Textualistas contam, especialmente no caso de Platão.
O relacionamento de Platão com a oralidade foi profundamente ambíguo. Por um lado, em Phaedrus e em Sétima carta, ele desclassificou a escrita a favor do discurso oral, e portanto é fonocêntrico. Por outro lado, quando, na República, ele proscreveu poetas, e fez assim, como Havelock mostra, porque representavam o mundo oral, mnemónico mundo de imitação, agregativo, redundante, copioso, tradicionalista, calorosamente humano, participativo - um mundo antagónico ao analítico, escasso, exacto, abstracto, visualista, mundo imóvel de “ideias” que Platão foi aliciado.
Platão não pensou conscientemente na sua antipatia pelos poetas como uma antipatia à velha economia do oral poético, mas era isso que era, como agora podemos discernir. Platão sentiu esta antipatia porque viveu na época em que o alfabeto foi o primeiro a tornar-se suficientemente interiorizado para afectar o pensamento grego, incluindo o seu próprio, o momento em que pacientemente analíticas, longamente sequencial processos foram primeiro pensamento que vem à existência, porque das formas em que permitiu alfabetização a mente de processar os dados

Depois da tradução estar feita e inserida na wiki, para posterior revisão e melhoramento, realizei o resumo da parte do texto que tinha traduzido, juntamente com a Maria, no GoogleDocs.

Resumo Capítulo 7
O autor tenta apresentar novas perspectivas e introspecções sobre o estudo do contraste entre a oralidade-literacia, e fá-lo através de teoremas que estabelecem a ligação de várias formas sobre a oralidade e o recurso oralidade-escrita. Faz referência a como algumas escolas de interpretação literária e/ou filosofia se referem ao recurso oralidade-escrita.
Ong faz uma breve análise das polaridades da oralidade-literacia ao longo dos tempos. A partir da Antiguidade e durante o séc. XVIII os textos literários destinavam-se a recitações públicas, tendo-se mantido este hábito de ler para família e para pequenos grupos até ao início do séc. XX, até ao aparecimento da cultura electrónica. O preço da oralidade através da escrita e da impressão para o processamento electrónico das palavras foi profundamente afectado e determinou a evolução dos géneros da arte verbal - no Ocidente, o épico era uma forma de arte oral; o Romance, posteriormente, era o produto da cultura quirográfica e um novo género de escrita fortemente dependente dos modos orais de pensamentos e de expressão.
O autor também refere a lacuna existente da falta de estudos da influência da escrita feminina no género e estilo literário. As mulheres não sofreram as influências das escolas de retórica por estas lhes estarem vedadas.
Ao nível mais prático a compreensão da psicodinâmica da oralidade em relação à psicodinâmica da escrita vem melhorar o ensino das habilidades da escrita, particularmente nas culturas que hoje se movimentam rapidamente da total oralidade virtual para a literacia.
Para os Novos Críticos os trabalhos literários eram um "ícone verbal". Eles insistiam na autonomia dos trabalhos individuais de arte textual onde a escrita era chamada de "discurso autónomo", em contraste com a dicção oral.
Os Formalistas seguiram mais ou menos as mesmas posições dos Novos Críticos, tendo considerado a poesia como uma linguagem que chama a atenção para as próprias palavras, na sua relação entre elas, dentro do término que é o poema que tem o seu próprio ser autónomo e interior. Estes eliminam da crítica qualquer preocupação com a "mensagem", "fontes", história" do poema ou relacionamento deste com a biografia do autor, focando-se quase exclusivamente nos poemas escritos.Poderia dizer-se que se amarraram ao texto. Mas o que acontece é uma mudança de uma mentalidade oral residual para uma mentalidade textual, uma vez que anteriormente a crítica debruçava-se em grande parte à biografia e psicologia do autor, negligenciando o texto propriamente dito, tendo com os Formalistas passado a incidir no texto.
O autor refere Claude Lévi-Strauss (1970) e a sua análise Estruturalista, onde o foco foi para a narrativa oral e atingiu uma certa liberdade da parcialidade quirográfica e tipográfica através da decomposição da narrativa oral em termos binários abstractos, e não em termos do tipo de argumento desenvolvido na narrativa escrita. Levando a que a análise estruturalista fosse muitas vezes acusada de ser demasiado abstracta e tendenciosa.
O crescente conhecimento da psicodinâmica da oralidade e literacia também atravessa o trabalho do grupo a que o autor chama de Textualistas. Os crítico-filósofos referenciados, que derivam em grande medida da tradição Husserliana, especializam-se em textos impressos, principalmente em textos impressos tardios da Época do Romantismo (já que esta época é reconhecida por marcar um novo estado de consciência associado à interiorização definitiva da impressão e da atrofia da antiga tradição retórica). A maioria dos Textualistas preocupa-se pouco com as continuidades históricas.
O autor faz referência a Derrida para quem escrever “não é apenas um suplemento à palavra dita” mas uma interpretação completamente diferente. Como resultado desta insistência de Derrida, e outros seguidores, verificou-se uma diminuição da parcialidade quirográfica e tipográfica. Sendo que na visão dos Textualistas, esta parcialidade poderá assumir a seguinte forma: a existência de apenas uma correspondência unívoca entre os objectos de um mundo extra mental e as palavras ditas e uma correspondência unívoca semelhante entre as palavras ditas e as palavras escritas, resultando numa presunção ingénua do leitor relativamente a um referente extra mental que a palavra presumivelmente capta e envia para a psique através de uma espécie de conduta.
Os Textualistas geralmente associam escrita e impressão uma à outra e raramente ou nunca se aventuram a considerar a comunicação electrónica.
Culler chama os Textualistas de Estruturalistas e afirma que estes ao contrário do que Derrida afirmava dizendo que a literatura, e a própria linguagem, não eram de todo representativas ou expressivas do que lhe é exterior, utilizavam inevitavelmente a língua representativa uma vez que não queriam ou podiam admitir que as suas análises não eram melhores que muitas outras.
Depois de descritas as visões de Derrida e Platão acerca do logocentrismo e do fonocentrismo, em que o primeiro apresenta-o de forma simplista e o segundo teve uma relação de ambiguidade, uma vez que por um lado dava primazia à escrita e por outro em determinadas alturas dava preferência ao discurso oral, como foi o caso de em Phaedrus e em Sétima Carta. O autor explica a implicação da conexão do logocentrismo com o fonocentrismo, explicando que o primeiro é um tipo de realismo bruto promovido principalmente pela atenção à primazia do som. E o segundo sendo incentivado pela textualidade, torna-se mais marcante logo após a textualidade quirográfica ser reforçada pela cópia.
Walter Ong conclui referindo que a oralidade e a escrita são ambas privilegiadas, uma vez que sem o textualismo, a oralidade não poderia ser identificada e sem a oralidade, o textualismo ficaria “apagado” ou esquecido.

Durante toda a fase de realização desta fase da actividade 1 tentei colaborar e participar activamente, na realização do trabalho de grupo, contribuindo com ideias, realizando atempadamente o meu trabalho, colaborando com as colegas na revisão e correcção de todo o material colocado na wiki e participando em todos os encontros síncronos marcados.