sexta-feira, 24 de julho de 2009

REFLEXÃO FINAL

Na Unidade Curricular, Comunicação Educacional, desenvolvemos trabalhos individuais e de grupo, utilizando várias aplicações informáticas com o objectivo de analisarmos os diferentes tipos de comunicação mediatizada em função do modo de simbolização, do grau e tipo de interactividade, das exigências cognitivas colocadas aos sujeitos e do contexto cultural em que se processa a mediatização da comunicação[1].
A primeira actividade desenvolveu-se em torno da obra literária de Walter Ong: “Orality and Literacy - The Technologizing of the Word", e consistia na sua tradução, por capítulos e posterior apresentação, à turma, numa ferramenta à escolha (GoogleDocs ou Wiki).
O grupo turma foi dividido por três equipas, constituídas por três elementos e duas equipas, constituídas por seis elementos, cabendo a cada uma das equipas mais pequenas, a tradução de um capítulo e de dois capítulos às equipas constituídas por mais elementos.
Esta primeira fase do trabalho foi realizada na plataforma Moodle, da Universidade Aberta e nas ferramentas seleccionadas pelos grupos de trabalho.
Posteriormente as apresentações finais dos capítulos traduzidos teriam lugar no Second Life (SL), na Academia da Universidade Aberta.
Como preparação para este evento e ambientação/formação ao SL, contámos com a colaboração da Professora Maria Balsamão Mendes que nos ajudou na transição para o mundo virtual 3D bem como, para a nova plataforma a utilizar - Sloodle.

Durante dois meses mantemos duas aulas semanais no SL, sobre conteúdos da própria aplicação, que nos ajudaram na preparação do congresso sobre W. Ong, que se realizou nos dias 7 e 8 de Junho. Após o congresso tivemos um período de debate/ discussão, sobre o congresso e respectivas apresentações, na plataforma Sloodle (e-Le@rning3).
A última actividade seria um trabalho em pares, sobre o SL, que se dividiria em três fases: (i) realização das entrevistas, em pares, no SL, (ii) tratamento e envio das entrevista e (iii) realização de um trabalho escrito que relate a nossa experiência, analise os processos de comunicação no Second Life e avalie o seu potencial pedagógico para a Educação Online com base na nossa experiência, na literatura publicada e nos dados recolhidos nas entrevistas.
Todo este percurso foi bastante envolvente (por vezes até demais), motivador, interessante, e que necessitou que despendesse de muito tempo e muito trabalho.
A primeira actividade, a de tradução da obra revelou-se uma tarefa árdua, pela complexidade do texto que fiquei responsável e por, na fase inicial estar um pouco “destreinada” na língua inglesa, aspecto que ao longo do semestre se foi diluindo largamente. O trabalho de grupo desenvolveu-se com muita tranquilidade por termos conseguido organizar o grupo e por termos contado com a colaboração de todos os seus elementos, não só no cumprimento das tarefas mas também na apresentação/colaboração de novas ferramentas e suas funcionalidades.
Trabalhei mais directamente, na fase de tradução, com a Maria Vale e tudo correu na perfeição, pois conciliámos muito bem as nossas formas e metodologias de trabalho, bem como, colmatámos alguns obstáculos que se nos foram deparando em termos de gestão de tempo e cumprimento das tarefas.
Na fase em que todo o grupo iniciou a elaboração do trabalho, na Wiki (http://walterong.wikispaces.com/), a metodologia utilizada também mostrou resultados muito positivos – cada par colocava a sua tradução na wiki para que todas pudéssemos corrigir e rever – e revelou-se uma forma muito prática e funcional de se trabalhar em grupo e de se apresentar um trabalho. Com a realização do resumo a estratégia foi semelhante à utilizada na tradução.
Considero que o nosso grupo, para além de ter funcionado muito bem, também inovou na forma como apresentou o trabalho, tentando utilizar o maior número de aplicações informáticas agradáveis e facilitadoras de transmissão/apresentação dos conteúdos (Wiki, Wix em http://www.wix.com/milenajorge/walterong, Creative Commons em http://milenajorge.enoema.org/mestradomce/walterong6/index.html (capítulo 6), http://milenajorge.enoema.org/mestradomce/walterong7/index.html (capítulo 7) e http://milenajorge.enoema.org/mestradomce/resumo/index.html (resumo).
A fase de transição para a plataforma Sloodle e posteriormente para o mundo virtual 3D do Second Life, já não foi assim tão pacífica e fui encontrando alguns obstáculos e dificuldades, que também fui ultrapassando com alguma facilidade e muito empenho.
Inicialmente o facto de termos duas plataformas em utilização, para a mesma unidade curricular, suscitou algumas dúvidas e confusões, que foram ajudadas pela recepção constante dos e-mails com os relatórios de todas as intervenções. A utilização do Second Life era um aspecto desta unidade que desde o início me tinha suscitado muita curiosidade. Apesar de já ter ouvido falar dos ambientes imersivos na Web, dos quais faz parte o SL, nunca tinha experimentado pois achava que era mais um jogo, com a particularidade de as pessoas o aproveitarem para terem/criarem uma “segunda” vida, aspecto que não me cativava, pois esta já me dá trabalho que chegue… e realmente, depois de experimentar, as minhas ideias pré-concebidas alteraram-se abismalmente e fiquei convencida das potencialidades da sua aplicação em contexto educativo e como forma de comunicação muito mais interactiva do que as que já tinha experimentado.
A novidade trouxe aspectos menos positivos, com os quais tive de estabelecer alguns limites e criar regras evitando, assim cair numa envolvência incontrolável. O facto de as aulas passarem a ser síncronas obrigou-me a efectuar algumas alterações na gestão do meu tempo e implicou uma maior organização e esforço redobrado. Assisti a todas as aulas, que achei terem sido muito interessantes nos conteúdos abordados e nas interacções que se foram criando com colegas e professores e, bastantes úteis para a preparação do Congresso.
A fase da preparação do Congresso e posterior apresentação do trabalho, foi sem dúvida nenhuma, a mais stressante e a que criou maiores períodos de ansiedade, irritabilidade, impaciência, descontrole mas também, alegria, satisfação e orgulho. Foi um trabalho que envolveu uma dicotomia de sentimentos e sensações.
A gestão e organização do tempo foram o factor mais complicado. Continuar a assistir às aulas no SL, encontros com a professora Mysa, para preparação das apresentações e, com as restantes elementos do grupo, para continuarmos a realização do trabalho, realizar as tarefas que me competiam, pesquisar, criar, trabalhar alguma coisa para as outras unidades curriculares e ainda continuar a trabalhar deixou-me completamente absorvida e com a sensação que tinha deixado de ter vida.
Não sei bem como, mas consegui cumprir todas as tarefas e chegar ao fim do Congresso com uma sensação de orgulho e de dever cumprido, mas verdade seja dita, que só voltei a entrar no SL na altura da realização das entrevistas, pois necessitava de um período de mais calma.
A realização da ultima actividade, das entrevistas e do trabalho escrito sobre o SL, já foi desenvolvida com mais serenidade, apesar do já muito cansaço sentido nesta fase final.
[1] MENDES, A.Q., Contrato de Aprendizagem, Mestrado em Comunicação Educacional Multimédia- Comunicação Educacional. Universidade Aberta. 2009. pp. 1

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